Em um mundo que não enxergamos paralelo ao nosso, existe o mundo das palavras. Não só aquelas que já existem, mas outras que foram deixadas de lado ou ainda aquelas que não foram ditas ainda.
Nesse universo não existem muros, todas se interagem. Não importa se o X se misturou com o CH, eles são primos bem distantes até no alfabeto se vê um no norte outro no sul. E os quase irmãos o U e V, só acontece que um engordou nada de mais. Os senhores M e W são às avessas um nasceu virado para lua. O C e Ç nem se fala, deixou a barba crescer e olha a diferença de som. Nesse mundo todos se misturam.
As palavras não são solitárias, nunca andam sozinhas. Mesmo a monossílaba, uma sempre acompanha a outra.
Palavras exprimem nossos sentimentos, nossas angústias, nosso eu, mas no desespero basta chorar.
Palavras se desenrolam, formam frases esplendidas que Shakespeare se orgulharia. Encaixa-se na piada perfeita repleta de trocadilhos e risos afoitos. E no outro dia você recordaria, contaria e riria outra vez da mesma piada feita com as mesmas palavras do comediante.
Palavras vivem num mundo secreto onde encontramos facilmente. Usamos diariamente e se você conhece uma nova passa a usá-la constantemente. Existem algumas que você nem conhece o significado e mesmo assim corre atrás do dicionário pra entendê-la. E se não entende coloca dentro do contexto e desvenda todo o mistério.
Palavras são educadas, não vivem bagunçadas esperam a vez de ser escolhidas. Caso não lembre, use um sinônimo e está tudo bem. Mundo incrível esse, pena que umas foram esquecidas, mais não extinguidas. Língua nenhuma pode ser extinta até aquela que vive falando seus segredos para a sua mãe.
Palavras são essenciais, pois com elas lemos, entendemos e escrevemos em nossos e-mails e em todos os lugares somos reconhecidos pelo nosso nome.
Dérick Morais
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