Quando eu cai
Vi o céu cair, o mundo não havia mais ruídos
Só via meu corpo ali deitado no asfalto
Contemplando o chão úmido acabado de ser lavado pela chuva.
A ambulância não tinha mais som e via relances, luzes, pessoas.
Quando eu cai
não tinha ninguém rindo
Nem meus sapatos estavam no pé
Nem a voz saia
E a dor se deslocava a cada dobra
A cada ponta dos dedos
E o sangue quente esvaindo-se de mim
Deixando-me assim vazio.
Vi da janela do carro:
as casas correndo;
O sol me seguia ;
as pessoas nas ruas se afastavam.
Quando caí
Vi os curativos feitos no hospital
Vi os trapos que vestia numa cesta
E no espelho vi essa velha carcaça que resistiu a queda.
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