domingo, 2 de setembro de 2012

Um convite para o medo

O ser humano morre de medo, e com razão, pois a vida é cheia de incertezas.
Pra onde vamos? De onde viemos? O que fazemos aqui?
Enfim, é um longo discurso sobre incertezas e junto com elas vem o medo. Medo do sobrenatural, as ansiedades que nos amedrontam tanto...
Imaginemos os nossos ancestrais em pleno desenvolvimento evolutivo-primitivo que em desconhecimento do todo, se presta a render as suas forças a fenômenos naturais. Um temor tão grande da morte que se necessário correr o mesmo faria.
O temor da morte está no desenvolvimento psicológico normal do ser humano. Ernest Becker
E em uma comparação com os antigos gregos que ofereciam suas primícias ou colheitas melhores aos seus deuses por medo da ira e da revolta do ser sobrenatural que eles desconheciam.
Estar num dilema de vida ou morte, ou ter que enfrentar a ira de alguém é uma tortura, com a certeza da morte. Esse sim é um dilema ASSUSTADOR.
Por mais assustador que seja, vejo uma crença muito bonita em que diz que nós nunca morremos, passamos apenas um estágio. Qualquer religião tem seu âmago de que iremos viver para sempre.
É impressionante ver o acervo de livros que contem/continham assuntos sobre morte no oriente, pois eles foram ensinados que morrer é algo interessante, já no ocidente, já foi ensinado a negar a morte e “curtir a vida”.
Pois bem, já em tempos mais modernos a ansiedade também pode apresentar-se como um fator de medo: medo da auto realização ser destruída, dos seus planos futuros não dar certo... tem-se um instrumento que corrói seu consciente inconscientemente.
É incrível como nós humanos sempre afirmamos o sentimento ou a sensação de que não somos nada e sempre PERDEMOS, até por que não dá para fugir de sí mesmo. O filósofo Ortega y Gassé diz que “A verdadeira condição do humano é a condição de um náufrago”. O que isso quer nos dizer? O que é esse náufrago? Quando tomamos consciência de nós já perdemos, temos incertezas da nossa existência. E isso nos traz a afirmação NÓS SEMPRE VAMOS TER MEDO, pois o medo é uma parte da consciência que indica que você está numa relação de incertezas.
Que inveja dos animais
O que me encanta nos animais, é esse estado de PLENITUDE, esse estado de não se importar , com as coisas, de comer carne sem se preocupar com o colesterol, deitar na grama, brincar, correr... Nós nunca iremos conhecer esse estágio, parece que quando mais conhecemos as coisas mais nos
Referencias
PONDÉ, Luis Felipe. Discurso do medo.
BECKER, Ernest. A negação da morte. 1973
convencemos do medo predominante.
Referencias
PONDÉ, Luis Felipe. Discurso do medo.
BECKER, Ernest. A negação da morte. 1973

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